Explosões em Brasília: Entenda o que aconteceu
Enxergado como ato terrorista, um homem morreu em uma explosão perto do Supremo Tribunal da Justiça (STF).
Na noite da ultima quarta-feira (13), uma série de explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, resultou na morte de Francisco Wanderley Luiz, de 63 anos. Conhecido como "Tiu França", ele foi identificado como o autor e a única vítima do atentado. O caso, que abalou a capital federal, é investigado pela Polícia Federal (PF) como um ato terrorista.
Como foram os ataques?
As explosões começaram às 19h30, com a detonação de um carro no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. Vinte segundos depois, outra explosão foi registrada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Francisco, proprietário do veículo, tentou entrar no STF antes de acionar explosivos presos ao próprio corpo.
De acordo com testemunhas e a Polícia Civil, ele lançou artefatos sob a marquise do STF, exibiu o que parecia ser uma bomba ao vigilante e se deitou no chão, acionando um dispositivo preso à sua nuca. No veículo, foram encontrados fogos de artifício montados sobre tijolos, um extintor adaptado como lança-chamas e outros materiais explosivos que reforçam o caráter premeditado do ataque.
No carro utilizado no ataque, de praça de Rio do Sul (SC), foram encontrados materiais explosivos, fogos de artifício montados sobre uma estrutura de tijolos e um extintor adaptado como lança-chamas. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, as bombas eram de fabricação artesanal, mas apresentavam "alto grau de lesividade".
As investigações apontam que Francisco Wanderley Luiz agiu de forma premeditada, com promessas de que o planejamento começou meses antes. Desde julho, seu veículo circulou pelo Distrito Federal, em regiões como Ceilândia e Taguatinga, conforme monitoramento da Polícia Rodoviária Federal. Mensagens enviadas via WhatsApp antes do atentado indicavam sua intenção de cometer o ataque e de realizar o autoextermínio.
Segundo relatos da ex-mulher à PF, o alvo principal seria o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além de outras pessoas presentes. Francisco era natural de Santa Catarina, chaveiro, solteiro e pai de dois filhos adultos. Ele foi candidato a vereador pelo PL em 2020, mas obteve apenas 98 votos.
Impactos
As explosões levaram à evacuação de servidores e à suspensão das atividades no STF e na Câmara até o meio-dia desta quinta-feira (14). O Senado optou por cancelar o expediente. Apesar da gravidade do caso, não houve registro de feridos além do próprio autor.
A operação do esquadrão antibombas revelou novos riscos: durante a perícia na casa alugada por Francisco, um artefato explodiu ao ser manipulado por um robô, mas ninguém ficou ferido.
Investigações em andamento
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, confirmou que as bombas utilizadas eram artesanais, mas de "alto grau de lesividade". Embora as evidências apontem que Francisco agiu sozinho, as autoridades investigam possíveis conexões com grupos extremistas, alertando para a continuidade de atividades desse tipo no Brasil.
A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal abriram inquéritos para apurar as circunstâncias e possíveis motivações mais amplas do ataque.
O episódio levanta preocupações sobre ameaças a instituições democráticas e reforça a necessidade de monitoramento de atividades extremistas. Enquanto as investigações prosseguem, a segurança nos Três Poderes permanece em alerta máximo, diante da gravidade do ocorrido e do potencial impacto no cenário político nacional.
Comentários (0)